quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Psicologia Médica: introdução e caracterização.


“A psicologia médica é o braço armado da psicossomática.” Abram Eksterman.

"Ya no es posible dejar de reconocer que sólo una rutina universitaria explica que el estudiante de Medicina invierta grán numero de horas en el aprendizaje minuciozo de una anatomía que despues ha de servirle de muy poco en su práctica profesional, y que, en cambio, desconozca los más elementales datos sobre el alma del hombre".
Rob Carballo, In Patologia Psicosomatica.

"Es cierto que el estudiante debe aprender anatomia y disecar todo el cuerpo humano. Hade conocer también la fisiologia, aunque muchos detalles podían ser dejados de lado y no es imprescindible que sepa excessiva bioquímica. Pero es desastroso que, como hasta ahora ocurre, pase sus tres primeros años sin conocer la mente del hombre".
Clark-Kennedy [Cf Rob Carballo op cit. p 951].

“Por ser tecnicista e mecanicista, o modelo biomédico, ainda predominante nas escolas médicas brasileiras, valoriza apenas o que pode ser medido ou visto em imagens. Por isso a dificuldade dos médicos formados nesse modelo em valorizar os fatores emocionais e socioculturais.” Celmo C. Porto – UFG.

Breve Histórico:

  • Ernst Kretschmer (1888-1964): Medizinische Psychologie, 1922. Introduz na prática médica elementos psicológicos tais como: funções psíquicas, aparelho psíquico, instintos, temperamentos, personalidade etc, que até então não faziam parte dos estudos da formação médica. Além disso, foi o primeiro a levantar questões sobre a “identidade médica”, como sendo uma construção que se faz dentro da escola via mecanismo de de identificação.
  • S. Freud (1856-1939): Chamou a atenção para a necessidade de “escutar” o doente, e provou com sua teoria (a psicanálise) que uma situação emocional pode ser convertida em um sintoma físico, impulsionando deste modo, a criação da “medicina psicossomática” por G. Groodeck e F. Alexander.
  • M. Balint (1896-1970): Com o livro “O médico, seu paciente e a doença”, de 1954, ele inaugura no campo acadêmico a discussão sobre a relação médico-paciente entendida como mola mestra do processo de tratamento.
  • No Brasil, Darcy de M. Uchoa (Psicologia Médica) e D. Perestrello (Medicina da Pessoa) foram os primeiros a empregar os construtos psicanalíticos na prática médica, para além de seu emprego em psiquiatria.
  • Em 1995, no I Encontro Nacional dos Professores de Psicologia Médica do Brasil, chegou-se a um consenso de que o ensino dessa disciplina deve passar obrigatoriamente por três temas centrais: a constituição do sujeito, a relação médico-paciente e a concepção psicossomática.

1. Definição: Estudo das relações assistenciais
2. Objetivo: Prevenção da iatropatogenia
3. Foco da Intervenção: Irracionalidade aberta pela crise biológica no paciente, na equipe e na família. Observar a Psicodinâmica das expressões corporais, das relações assistenciais e das relações sociais relacionadas ao campo terapêutico.
4. Metodologia: História da Pessoa (circunstâncias do adoecimento, biografia espontânea do doente e compreensão da relação médico-paciente).

5. Objetivos:
Ø   Organizar a relação terapêutica
Ø   Diminuir o stress hospitalar
Ø   Diminuir alguns conflitos emergentes
Ø   Elaboração de algumas experiências existenciais emergentes
Ø   Estimular o desenvolvimento do ego

6. A História da Pessoa:
Ø  Relato biográfico espontâneo
Individualiza o doente e não a patologia

Ø  Circunstâncias do adoecimento
Para evitar a repetição das circunstâncias mórbidas no
relacionamento assistencial

Ø  Compreensão das relações assistenciais
Para uma aliança terapêutica criteriosa e harmoniosa

7. Impregnação Irracional do Campo Assistencial – o doente:
Ø  a) A doença expressa-se com sintomas deformados e exagerados. As correlações com o quadro mórbido físico parecem absurdas e incompatíveis.

Ø  b) O doente exclui a realidade objetiva e está fixado nos sintomas. Todo seu contato com o mundo realiza-se através deles.

Ø  c) O doente vive a relação com a equipe de maneira regressiva.

8. Impregnação Irracional do Campo Assistencial – a equipe:
Situações que induzem a iatropatogenia:
Ø  Elaboração da experiência infantil dentro do campo
terapêutico
Ø  História do doente mal compreendida pelo médico
Ø  Necessidades masoquistas do doente
Ø  Composição sado-masoquista médico-paciente
Ø  Reação terapêutica negativa
Ø  Utilização da ação médica para objetivos mórbidos
inconscientes
Ø  Sentimentos inconscientes de culpa

9. Principais tensões assistenciais

1- Tensões regressivas
2- Tensões de aniquilamento (medo de morrer e desorganização do ego)
3- Tensões diante do sofrimento e desamparo
4- Tensões diante das limitações profissionais

10. Algumas Aplicações

Ø  Pediatria (doenças crônicas/atitudes da mãe/etc)
Ø  Geriatria (Problemas Relacionais/Idade/cuidados especiais)
Ø  Obesidade (sentimentos de mal-estar e culpa/ repulsa-piedade-desprezo)
Ø  Aids (preconceito/punição-castigo)
Ø  Cirurgia (Amputações/ Plásticas/ Medos)



Referências:
Internet: http://www.medicinapsicossomatica.com.br/
CAIXETA, Marcelo. Psicologia Médica. Rio de Janeiro: Medsi, 2005.
JEAMMET, REYNAUD e CONSOLLI. Psicologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara, 2000.
MELLO FILHO, Julio de. Psicossomática hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
BRASIL, Marco Antonio Alves et all.  Psicologia Médica: a dimensão psicossocial na prática médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.



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