terça-feira, 26 de julho de 2011

Arriete Vilela - Poesia das Alagoas

NÃO IREI ALÉM...
                                                                                        

                                                                                                                                                                                Não irei além da palavra
                                                         que atormentará a tua noite
insone nem além do espelho
que não te revelará em que sulcos
da tua alma caminhei em silêncio,
numa leveza quase agressora,
para que teu amor opaco e viscoso pudesse
fingir-se de miragem.
Não irei além dos tules, dos tafetás,
dos morins nem das sedas
com que criaste o cenário
desta solidão em que ensaio o nosso
último gesto:
mãos vazias na direção dos ventos tempestuosos.
Não irei além do teu entendimento,
mesmo que te debruces sobre os meus escritos
com a voracidade cega e triste do fogo que destrói
enredos, malfadados ou não.
Não irei além dos teus afetos
soterrados em vãs promessas, em vãs esperanças,
em vão apelos,porque sou, hoje,
coração revestido de invencível distância.
Não irei além do cheiro de maresia
vindo do passado, com as bandeirolas,
nas manhãs de domingo,
agitando-se ao anúncio da bem-aventurança
sempre no próximo porto,
sempre na próxima hora,sempre no depois.
Não irei além do que sou,nem dos meus aprendizados
na águas do meu signo,
nem das minhas andanças ao redor do umbigo
da província.
Não irei além de mim nem de ti,
ambos gaivota e águia,ambos aves de arribação,
ambos ilha e barco à deriva,ambos deserto e oásis.
Não irei além do que, hoje, é flor e nuvem,
vinho branco em taças renovadas,
aceno leve à partida da jangada de vela branca.
Não irei além da mansidão com que outros corpos
me chegam, como sons de saxofone
através da noitesem cintilações -
sequer as do anjo -,
nem irei além dessas ternuras arando
corações que um dia se fizeram desejo
e alegria, paixão e epifania.
Não irei além dos traços na obliqüidade
da minha vida, nem das redes que lanço
em rios de seixosa margem,nem além dos cajueiros
em flor à beira da estrada poeirenta.
Não irei além da contemplação dos trapezistas.

domingo, 24 de julho de 2011

Amy Winehouse (1983-2011)

Morreu aos 27 anos a cantora e compositora inglesa Amy Winehouse, e, mesmo sem a revelacao da causa-mortis, a suspeita óbvia recai sobre seu uso exagerado de alcool e outras drogas. A boa música está de luto, sentiremos falta de sua voz estranhamente linda, de suas letras mordazes e de sua figura agressivamente doce. Abaixo, uma das minhas preferidas. Na foto abaixo pode-se ver a transformacao que o uso pesado de drogas e alcoól fez nessa anti-musa da boa música universal.

Will You Still Love Me Tomorrow

Tonight you're mine completely                                     
You give your love so sweetly
Tonight the light of love is in your eyes
Will you still love me tomorrow?
Is this a lasting treasure
or just a moment pleasure?
Can I believe the magic of your sight?
Will you still love me tomorrow?
Tonight with words unspoken
You said that I'm the only one
But will my heart be broken
When the night meets the morning sun?
I like to know that your love
This know that I can be sure of
So tell me now cause I won't ask again
Will you still love me tomorrow?
Will you still love me tomorrow?
Will you still love me tomorrow?...

Para curtir a música no youtube clique aqui:
http://youtu.be/Ludxpkyrab0