terça-feira, 31 de julho de 2012

INTRODUÇÃO À PSICANÁLISE (Parte 1)

INFLUÊNCIAS DIRETAS PARA O NASCIMENTO DA PSICANÁLISE

1. A Psiquiatria Patológico-anatômica

Wilhelm Griesinger (1817-1868): As doenças mentais que não são acompanhadas de lesões anatômicas acabarão por exibir, se lhes for permitido progredirem tais mudanças.
Theodor Meynert (1833-1898): Prof. de Neuropsiquiatria na Universidade de Viena e ex-professor de Freud, afirmava sem muita convicção que " As neuroses são orgânicas".

 2. JEAN-MARTIN CHARCOT (1825-1893)

A histeria baseia-se em modificações fisiológicas do SN.
Existia um choque emocional, que deixava o indivíduo num estado hipnóide em pessoas que sofrem de disposição histérica e que nesse estado (...) o trauma transmite sugestões ao paciente.

3. JOSEPH BREUER (1842-1925)

Em 1880 ele começa o tratamento de Ana O. (Bertha Papenheim) utilizando a hipnose espontânea.
Convida Freud para trabalhar e escrever juntos um livro: Estudos sobre Histeria.

SIGMUND FREUD (1856-1939) - O NASCIMENTO DA PSICANÁLISE

Caso Emmy von N.: 
“Foi este o primeiro caso em que empreguei o procedimento catártico”. 
“A sugestão ... satisfaz todos os requisitos de um tratamento causal em numerosos casos. Assim é, por exemplo, nos distúrbios histéricos, que são o resultado direto de uma idéia patogênica ou o depósito de uma experiência dilacerante". 
"Se essa idéia for eliminada ou essa recordação debilitada ... também o distúrbio é usualmente superado”.

  

O MODELO PSICOLÓGICO

CHOQUE EMOCIONAL >>> TRAUMA >>> ICS
Teoria da Defesa: a mente recorre a certos mecanismos para manter o organismo em equilíbrio.
Teoria da Sedução Sexual Precoce: o trauma é decorrente de uma situação na infância, envolvendo grande afetividade, sexualidade e agressividade.
Ab-reação: caminho normal que permite ao indivíduo reagir a um acontecimento e evitar que ele conserve um quantum de afeto demasiado importante. Pode ser espontânea ou secundária (provocada pela psicoterapia catártica, permite ao paciente rememorar e objetivar pela palavra o acontecimento traumático).
Método Catártico: É uma descarga adequada de afetos patogênicos (evoca e revive acontecimentos traumáticos).
Associação-livre: método empregado atualmente para investigação dos processos mentais ICS baseado na Regra Fundamental.

 TEORIA ECONÔMICA

 

Instinto: Esquema de comportamento herdado, próprio de uma espécie animal e que pouco varia de um indivíduo para outro.
                E   ..........  excitação central .................. R 
Pulsão: Processo dinâmico que consiste numa pressão ou força (carga energética, fator de motricidade) que faz tender o organismo para um alvo. 
Fonte: excitação corporal (tensão)
Alvo: suprimir o estado de tensão
Objeto: através dele a pulsão pode atingir seu alvo
“para Freud a pulsão pode ser definida como um conceito limite entre o psiquismo e o somático; ou como escreveu Charles Brenner, um constituinte psíquico geneticamente determinado.”
 Dualidade Pulsional
 
Pulsões de Vida: tendem a constituir unidades cada vez maiores, e a mantê-las. Podem ser designadas pelo termo EROS, e abrangem as pulsões sexuais e de auto-conservação. Existe uma espécie de “energia psíquica” associada à pulsão sexual que é denominada LIBIDO.
Pulsões de Morte: tendem para a redução completa das tensões, i.e., tendem a reconduzir o ser vivo ao estado anorgânico. Quando parte desta pulsão é posta ao serviço da função sexual temos o SADISMO; a outra parte que não segue esse deslocamento para  exterior, permanece no organismo onde origina o MASOQUISMO. Melanie Klein criou o termo DESTRUDO para designar a energia das pulsões de morte. 
  Teoria dos Investimentos
Todo ser humano dispõe de uma determinada quantidade de LIBIDO (e/ou DESTRUDO) que poderá aumentar ou diminuir pela ação de diversos fatores suscetíveis de serem classificados como:
INTRAPSÍQUICOS (Sonhos e Fantasias) e EXTRAPSÍQUICOS (Objeto de desejo, puberdade, climatério, doenças, hormônios, excitantes, depressores, estações do ano etc.)
INVESTIMENTO (CATEXIA): Energia psíquica que se liga á representação mental de uma pessoa, coisa, parte do corpo etc.

 DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL

1. Fase Oral:

 

Na fase oral, o prazer sexual, predominantemente relacionado à excitação da cavidade oral e dos lábios, está associado à alimentação.
Quanto à oralidade, durante os primeiros dezoito meses de vida, a pulsão caracteriza-se por: fonte=zona oral, alvo=incorporação, objeto=aquele da ingestão do alimento.
A relação de objeto é organizada em torno da nutrição e colorida por fantasias que adquirem os significados de comer e ser comido (impulsos canibalescos).
Portanto, a ênfase recai sobre uma zona erógena (oral) e uma modalidade de relação (incorporação).
 

  2. Fase Anal:

Acompanhando a maturidade fisiológica para controlar os esfíncteres (2-3 anos de idade), a atenção da criança dirige-se da zona oral para a zona anal.
Essa mudança proporciona outros meios de gratificação libidinal (erotismo anal) bem como de expressão da agressividade emergente (sadismo anal).
A musculatura é a fonte do sadismo e a membrana da mucosa anal, a fonte da pulsão erótica de natureza anal.
A pulsão sádica, cujo objetivo contraditório é (1) destruir o objeto e também, ao dominá-lo, (2) preservá-lo, coincide com a atividade, enquanto que a pulsão erótica-anal relaciona-se com a passividade.
A interação entre esses dois componentes instintuais é a seguinte: ao alvo bipolar do sadismo corresponde o funcionamento bifásico (expulsão/retenção) do esfíncter anal e seu respectivo controle.

3. Fase Fálica:

Pela primeira vez, em "A Organização Genital Infantil" (1923), Freud define a fase fálica (3-5 anos de idade), subseqüente às fases oral e anal, que são organizações pré-genitais.
Essa fase corresponde à unificação das pulsões parciais sob a primazia dos órgãos genitais, sendo uma organização da sexualidade muito próxima àquela do adulto (fase genital).
 Nos Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905), Freud compara as fases fálica e genital: "Essa fase, que merece já o nome de genital, onde se encontra um objeto sexual e uma certa convergência das tendências sexuais sobre esse objeto, mas que se diferencia num ponto essencial da organização definitiva por ocasião da maturidade sexual: com efeito, ela apenas conhece uma única espécie de órgão genital, o órgao masculino... Segundo Abraham [1924], seu protótipo biológico é a disposição genital indiferenciada do embrião, idêntica para ambos os sexos." [SE, VII, CDROM] 
Assim, Freud postula que meninos e meninas, na fase fálica, estão preocupados com as polaridades fálico e castrado e acredita que as crianças não têm nenhum conhecimento da vagina nesse período.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Melanie Klein (1882-1980)

Depois de Freud, Klein foi seguramente o nome de maior importância no universo psicanalítico. Suas contribuições no campo da psicologia infantil e na análise de crianças, marcam até hoje as produções e pesquisas psicanalíticas, de maneira que depois dela, se tornou impossível pensar em bebês e crianças pequenas sem recorrer aos seus trabalhos pioneiros sobre a vida mental destes.
A citação abaixo foi retirada de um de seus estudos clássicos dedicados à inveja e a gratidão enquantos traços de caráter vinculados à oralidade; é um livro excelente que deve ser lido por todos que almejam compreender as raízes infantis de nossos comportamentos adultos.
"A criança só pode experimentar o prazer completo se a capacidade de amar estiver suficientemente desenvolvida; e é este prazer que forma a base para a gratidão. Freud descreve a satisfação da criança em ser amamentada como o protótipo da gratidão sexual. Na minha visão, essas experiências não só constituem a base da gratidão sexual, mas de toda felicidade posterior, e faz o sentimento de unidade com outra pessoa possível".  ( Inveja e Gratidão, 1957)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Abraham Maslow (1908-1970)

"Pessoas selecionadas como sujeitos autorrealizadores, pessoas que se enquadram nos critérios agem desta maneira simples: elas escutam suas próprias vozes; aceitam responsabiliades; são honestas e trabalham duro. Elas descobriram quem são, não só em relação à sua missão na vida, mas também pelo modo como seus pés doem quando elas calçam estes e aqueles sapatos, se elas gostam ou não de berinjela, ou se ficam acordadas a noite toda ou se bebem mita cerveja. Isso tudo é o que o self real significa. Elas encontram suas próprias naturezas biológicas, suas naturezas congênitas, que são irreversíveis ou dificeis de mudar".
(The Farther Reaches of Human Nature, 1971)