quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Maria Bethânia recita Eros e Psique de Fernando Pessoa

ROBERT FROST

Robert Lee Frost (São Francisco, Califórnia, 26 de março de 1874Boston, 29 de janeiro de 1963) foi um dos mais importantes poetas dos Estados Unidos do século XX. Frost recebeu quatro prêmios Pulitzer.

    " A melhor saída é seguir em frente".  

    " amor é o desejo irresistível de ser irresistivelmente desejado".
      "Algo que estávamos retendo nos fazia fracos
    até verificarmos que éramos nós mesmos".

    "Posso resumir em três palavras o que aprendi sobre a vida: a vida continua".



     
     

    quarta-feira, 18 de novembro de 2015

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

    O SEU SANTO NOME

    Não facilite com a palavra amor.
    Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
    Não se inebrie com o seu engalanado som.
    Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro).
    Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão
    de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra
    que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
    Não a pronuncie.

    CHARLES BAUDELAIRE

    À une passante (original)
    La rue assourdissante autour de moi hurlait.
    Longue, mince, en grand deuil, douleur majestueuse ,
    Une femme passa, d’ une main fastueuse
    Soulevant, balançant le feston et l’ourlet;
    Agile et noble, avec sa jambe de stautue.
    Moi, je buvais, crispé comme un extravagant,
    Dans son oeil, ciel livide où germe l’ouragan,
    La douceur qui fascine et le plaisir qui tue.
    Un éclair…puis la nuit! – Fugitive beauté
    Dont le regard m’a fait soudainement renaître,
    Ne te verrai-je plus que dans l’eternité?
    Ailleurs, bien loin d’ici! trop tard! “jamais” peut-être!
    Car j’ignore où tu fuis, tu ne sais où je vais,
    Ô toi que j’eusse aimée, ô toi qui le savais!
    (Charles Baudelaire)

    Tradução de Ivan Junqueira
    A uma passante

    A rua em torno era um frenético alarido.
    Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa,
    Uma mulher passou, com sua mão suntuosa
    Erguendo e sacudindo a barra do vestido.
    Pernas de estátua, era-lhe a imagem nobre e fina.
    Qual bizarro basbaque, afoito eu lhe bebia
    No olhar, céu lívido onde aflora a ventania,
    A doçura que envolve e o prazer que assassina.
    Que luz… e a noite após! – Efêmera beldade
    Cujos olhos me fazem nascer outra vez,
    Não mais hei de te ver senão na eternidade?
    Longe daqui! tarde demais! “nunca” talvez!
    Pois de ti já me fui, de mim tu já fugiste,
    Tu que eu teria amado, ó tu que bem o viste!
    (Charles Baudelaire. As Flores do mal. Edição bilíngüe. Tradução de Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985: p. 361.)

    Tradução de Guilherme de Almeida
    A uma passante

    A rua, em torno, era ensurdecedora vaia.
    Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa,
    Uma mulher passou, com sua mão vaidosa
    Erguendo e balançando a barra alva da saia;

    Pernas de estátua, era fidalga, ágil e fina.
    Eu bebia, como um basbaque extravagante,
    No tempestuoso céu do seu olhar distante,
    A doçura que encanta e o prazer que assassina.

    Brilho... e a noite depois! - Fugitiva beldade
    De um olhar que me fez nascer segunda vez,
    Não mais te hei de rever senão na eternidade?
    Longe daqui! tarde demais! nunca talvez!
    Pois não sabes de mim, não sei que fim levaste,
    Tu que eu teria amado, ó tu que o adivinhaste!