quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Amazing Grace

Essa é a história de um dos mais belos hinos em estilo "spiritual gospel" composto por John Newton, ex-traficante de escravos que teve um encontro com Deus ao ouvir essa melodia, vindo talvez dos porões do navio negreiro que conduzia, abarrotado de homens e mulheres, arrancadaos de sua terra - o continente africano - para serem escravizados na América. Veja abaixo a letra e sua tradução e assista ao vídeo clicando no link.

Amazing Grace

Amazing grace, oh how sweet the sound
That saved a wretch like me
I once was lost, though now I'm found
I was blind, but now I see
When we've been there ten thousand years
Bright shining as the sun
We've no less days to sing God's praise
Then when, when we first begun
Through many dangers, toils and snares,
I have already come
Jesus' grace that brought me safe thus far,
and grace will lead me home.
Amazing grace, oh how sweet the sound
To save a wretch like me

I once was lost, but now I'm found
I was blind, but now I see

Maravilhosa Graça

Maravilhosa Graça, Oh quão doce é o som
Que salvou um miserável como eu
Eu estava perdido, mas agora eu me encontrei
Eu estava cego, mas agora eu vejo.
Quando estivermos lá há 10 mil anos,
Brilhantes como a luz do sol,
Não teremos menos dias para cantar louvores a Deus
Do que quando, quando começamos no princípio
Por muitos perigos, labutas e armadilhas,
Eu já passei
A graça de Jesus me trouxe seguro, tão distante,
e a graça me conduzirá até o lar.
Maravilhosa Graça, Oh quão doce é o som
Que salvou um miserável como eu

Eu estava perdido, mas agora eu me encontrei
Eu estava cego, mas agora eu vejo.

 VÍDEO
http://youtu.be/3la3ROhGIOU

domingo, 4 de setembro de 2011

Freud e as pessoas "que não querem incomodar". Parte 1

Já ouviu aquela história do sujeito que é convidado para algum evento e responde com questionamentos sobre a intenção de quem o convidou e depois ainda diz que não quer incomodar?
A cena é mais ou menos assim:
- Oi Juliana, quanto tempo né menina, quer almoçar comigo logo mais?
- Não vai lhe atrapalhar? Sei lá, você é tão ocupado, de repente você pode querer almoçar com outras pessoas.
- Claro que não Juliana, se estou lhe convidando...
- É, mas, você pode ter  algum compromisso e aí eu vou acabar te atrapalhando e eu não quero incomodar.
Outro exemplo ainda mais contundente que o anterior: um sujeito oferece uma carona para outro pelo simples fato de que obrigatoriamente passará pelo lugar para o qual o outro está indo, e obtém como resposta a pérola abaixo, que como veremos, acaba em recusa:
- Não vai lhe atrasar? Sei lá, não quero incomodar. Melhor não, não quero tirar você de seu caminho, eu dou um jeito, pode ir...

Bem, porque será que essas pessoas se preocupam tanto em não incomodar, não atrapalhar? Certamente não é porque desejem isso. Aprendemos com Freud que existem motivos ocultos (inconscientes) por trás dessa aparente benevolência.
O principal motivo parece ser o desejo (inconsciente ou não) de não estar com a pessoa que o convida, seja por alguma rusga não resolvida no passado e causadora de ressentimentos presentes, seja por uma autoestima baixa que corre o risco de piorar na presença do outro, ou mesmo por uma agressividade dissimulada em que a recusa ao convite faz a função de elemento punitivo.
Um outro elemento interessante é a onipotência do pensamento do sujeito que "não quer incomodar", ele pensa por todos, e se julga conhecedor do pensamento alheio. Para esses indivíduos, a palavra do outro que oferece ajuda não merece crédito, pois, ele prefere crer em suas fantasias de estar incomodando, apesar de todas as alegações em contrário, e isso é que realça o caráter irracional dessa conduta.

Há também aqueles casos que decorrem de um temperamento extremamente introvertido, ou  ainda aqueles indivíduos que se encontram com distúrbios de comportamento, em que os sintomas de isolamento ou fobia social os leva a restringir (ou mesmo a abolir, nos casos mais graves) seus contatos com o semelhante.
Entretanto, excetuando-se os casos em que o sujeito utiliza esse argumento (não querer incomodar) de forma consciente para fugir a um encontro desagradável, ou é fruto de algum distúrbio psicológico, nos demais casos podemos ver traços de soberba em ação, camuflada sob a aparência de uma preocupação com o outro.