terça-feira, 13 de novembro de 2012

Tanatologia

 

·         Seminário Teológico de Chicago (1965): Dra. Elisabeth Kluber-Ross (1926-2004).

·         Para o ics a morte: 1. Nunca é possível quando se trata de nós mesmos; e, 2. Está ligada a uma ação má (castigo), não há morte natural.

·         Por ser um tabu em nossa cultura, a morte é negada, ao ponto de se contarem inúmeras mentiras às crianças com o intuito de protegê-las, mas de que?

·         Paciente gravemente enfermo: alguém sem direito a opinar.

·         Defesas psicológicas para tentar dominar a morte: Desafios, Fixação em jornalismo mórbido, Guerras (confirmam a crença em nossa imortalidade).

·         Os médicos ficam extremamente ansiosos diante da possibilidade da morte dos pacientes, e, tentam dessa forma, “salvá-los” custe o que custar. Será válido esse esforço?

·         Objetivo da Intervenção Terapêutica: ajudar o paciente a morrer, tentand ajudá-lo a viver, em vez de deixar que vegetem de forma desumana.

·         Como falar ao paciente sobre a realidade e gravidade de sua doença?

a)      Comunicar ao pc que nem tudo está perdido, que não irá abandoná-lo por causa de um diagnóstico.

b)      Especificar o número de meses ou anos de vida é a pior conduta a ser adotada.

c)      Um profissional de saúde “compreensivo e cauteloso pode comunicar a seu pc que é melhor pôr em ordem suas coisas enquanto dispõe de tempo e força” p. 35.

d)     Se não somos capazes de encarar a morte com serenidade não poderemos ajudar nossos pcs.

e)      Os pcs fingem não saber quando os médicos e parentes são incapazes de revelar seu verdadeiro estado de saúde.

f)       “Quanto mais simples o modo de dar a notícia, mais fácil é para o pc ponderar depois, se não quiser ouvi-la no momento” p. 41.

 

Estágios Vivenciados pelos Pacientes Terminais


 

1.      Negação e Isolamento:

 

·         “Funciona como um pára-choque depois de notícias inesperadas e chocantes, deixando que o pc se recupere com o tempo, mobilizando outras medidas menos radicais” p.44.

·         É uma defesa temporária sendo substituída por uma aceitação parcial.

·         É mais freqüente no começo de uma doença séria; no final, o mais comum é o pc lançar mão do isolamento.

·         Devemos respeitar ao máximo o desejo do pc de não aceitar a doença.

·         Pacientes  que não possuem formação religiosa sólida têm mais dificuldades em aceitar a morte, e sem um acompanhamento mais próximo, podem psicotizar ou tentar suicídio.

 

2.      Raiva:

 

·         Quando não é mais possível manter firme o primeiro estágio, ele é substituído por sentimentos de raiva, de revolta, de inveja e de ressentimento. (...) Por que eu?

·         É um estágio difícil, pois a raiva se propaga em várias direções e é projetada no ambiente: profissionais de saúde, amigos e familiares.

·         Todas as outras pessoas nos lembram de nossa incapacidade, limitação e projetos desfeitos.

·         Um pc que é respeitado e compreendido, a quem são dispensados tempo e atenção, diminuirá suas exigências irascíveis.

·         Um tipo de pc problemático é aquele acostumado a controlar tudo.

 

3.      Barganha:

 

·         É uma tentativa de acordo – com Deus – para adiar o desfecho inevitável.

·         Inclui: um prêmio oferecido (bom comportamento), estabelece uma meta auto-imposta (o casamento de um filho etc.), e, uma promessa implícita de que ele não pedirá outro adiamento caso o primeiro seja concedido.

·         Alguns tipos de promessas: “Uma vida dedicada a Deus”, “uma vida a serviço da igreja” etc. tais promessas podem estar associadas a uma culpa inconsciente.

·         O profissional de saúde deve ajudar o pc a se sentir aliviado de “temores irracionais ou do desejo de punição causado por culpa excessiva, que as novas barganhas e as promessas não cumpridas haviam imposto, quando a meta escolhida já fora superada” p.90.

 

4.      Depressão:

 

·         Fatores de depressão: 1. Não poder esconder a doença; 2. Perda da imagem; 3. Perda do emprego ou de funções que conferem utilidade; 4. Mães que têm de deixar seus filhos aos cuidados de outrem etc.

·         Dois tipos de depressão: Reativa e Preparatória.

·         Dois tipos de tratamento: no primeiro caso podemos encorajar o pc a olhar o lado positivo da vida e dos acontecimentos. No segundo caso, tal atitude não tem razão de ser, pois o impediria de contemplar sua morte iminente, além do fato de que ele está prestes a perder tudo e todos a quem ama.

·         No pesar preparatório há pouca ou nenhuma necessidade de palavras.

 

5.      Aceitação:

 

·         “Um pc que tiver tido tempo necessário (isto é, que não tiver tido uma morte súbita e inesperada) e tiver recebido alguma ajuda para superar tudo (....) atingirá um estágio em que não mais sentirá depressão nem raiva quanto a seu ‘destino’. Terá podido externar seus sentimentos, sua inveja pelos vivos e sadios e sua raiva por aqueles que não são obrigados a enfrentar a morte tão cedo. Terá lamentado a perda iminente de pessoas e lugares queridos e contemplará seu fim próximo com um certo grau de tranqüila expectativa” p. 117.

·         “Não se confunda aceitação com um estágio de felicidade. É quase uma fuga de sentimentos. É como se a dor tivesse esvanecido, a luta tivesse cessado e fosse chegado o momento do ‘repouso derradeiro antes da longa viagem’, no dizer de um paciente” p.118.

·         Na medida em que o pc, às vésperas da morte, encontra uma certa paz e aceitação, seu círculo de interesse diminui: prefere ficar só, não se interessa por notícias e problemas do mundo exterior, visitas são indesejadas, as conversas são não verbais.

·         Quanto mais o pc tenta driblar e negar a morte inevitável, mais difícil será alcançar o estágio final de aceitação com paz e dignidade.

·         “Os pacientes que melhor reagem são aqueles que foram encorajados a extravasar suas raivas, a chorar durante o pesar preparatório, a comunicar seus temores e fantasias.

·         Esse estágio leva a uma separação gradativa do mundo (decatexia). Os meios mais fáceis de atingir esse objetivo podem ser observados nos pc mais velhos, que se sentem no fim da vida e o mundo já não o interessa tanto; e, naqueles pc mais novos que tiveram tempo suficiente para se preparar para morrer.

·         Pode-se comparar esse estágio à descrição feita por Bettelheim da primeira infância: passividade e narcisismo primário.

 

6.      Esperança:

 

·         É a única coisa que persiste em todos os estágios.

·         É a sensação de que tudo deve Ter algum sentido, que pode compensar, caso suportem por mais algum tempo.

·         Os conflitos relacionados com a esperança provem de duas fontes: 1. A substituição desta pela desesperança (família e equipe hospitalar); e, 2. Angústia proveniente da incapacidade da família para aceitar o estágio final do pc.

·         Desistir de um pc pode fazer com que ele se entregue.

·         Evitar tocar no assunto – doença, morte – é muito mais prejudicial do que sentar à cabeceira, ouvir e compartilhar.

·         Devemos ajudar o pc e sua família a entrarem em sintonia com suas necessidades recíprocas e chegarem juntos a uma aceitação de uma realidade inexorável.

 

A Família do Paciente


 

·         As reações dos familiares contribuem para a própria reação do pc. A doença grave de um marido ou esposa provoca mudanças radicais no lar que obrigarão o outro cônjuge a se adaptar.

·         Os familiares precisam “recarregar suas baterias” fora do quarto do doente e, de vez em quando, viver uma vida normal.

·         Os pesquisadores afirmam que tanto para o pc como para a família, faz mais sentido ver que a doença não desequilibrou totalmente o lar, nem privou os familiares de momentos de lazer.

·         O moribundo pode ajudar seus familiares a encararem sua morte, participando seus pensamentos e sentimentos com eles.

·         “A culpa talvez seja a companheira mais dolorosa da morte. Quando uma doença é diagnosticada como potencialmente fatal, não é raro os familiares se perguntarem se devem se culpar por isto. ‘Se ao menos o tivesse mandado antes a um médico’” p.167.

·         Quase sempre os parentes se culpam devido a ressentimentos verdadeiros para com o falecido.

·         Uma alta percentagem de viúvos e viúvas apresentam sintomas somáticos resultantes da incapacidade de superar os sentimentos de culpa e pesar.

·         Os membros da família, semelhantes ao pc, experimentam diferentes estágios de adaptação: Negam (diagnóstico errado, clínicas e médicos famosos, curandeiros), sentem raiva, buscam barganhar (votos e promessas), deprimem e mantêm a esperança num milagre.

·         A ajuda mais significativa que podemos dar aos parentes é  partilhar seus sentimentos antes que a morte chegue, deixando que enfrente estes sentimentos, racionais ou não.

 

 

 

Bibliografia:

 

KLUBER-ROSS, Elisabeth. Sobre a morte e o morrer. 8ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

 

 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Psicologia Médica: introdução e caracterização.


“A psicologia médica é o braço armado da psicossomática.” Abram Eksterman.

"Ya no es posible dejar de reconocer que sólo una rutina universitaria explica que el estudiante de Medicina invierta grán numero de horas en el aprendizaje minuciozo de una anatomía que despues ha de servirle de muy poco en su práctica profesional, y que, en cambio, desconozca los más elementales datos sobre el alma del hombre".
Rob Carballo, In Patologia Psicosomatica.

"Es cierto que el estudiante debe aprender anatomia y disecar todo el cuerpo humano. Hade conocer también la fisiologia, aunque muchos detalles podían ser dejados de lado y no es imprescindible que sepa excessiva bioquímica. Pero es desastroso que, como hasta ahora ocurre, pase sus tres primeros años sin conocer la mente del hombre".
Clark-Kennedy [Cf Rob Carballo op cit. p 951].

“Por ser tecnicista e mecanicista, o modelo biomédico, ainda predominante nas escolas médicas brasileiras, valoriza apenas o que pode ser medido ou visto em imagens. Por isso a dificuldade dos médicos formados nesse modelo em valorizar os fatores emocionais e socioculturais.” Celmo C. Porto – UFG.

Breve Histórico:

  • Ernst Kretschmer (1888-1964): Medizinische Psychologie, 1922. Introduz na prática médica elementos psicológicos tais como: funções psíquicas, aparelho psíquico, instintos, temperamentos, personalidade etc, que até então não faziam parte dos estudos da formação médica. Além disso, foi o primeiro a levantar questões sobre a “identidade médica”, como sendo uma construção que se faz dentro da escola via mecanismo de de identificação.
  • S. Freud (1856-1939): Chamou a atenção para a necessidade de “escutar” o doente, e provou com sua teoria (a psicanálise) que uma situação emocional pode ser convertida em um sintoma físico, impulsionando deste modo, a criação da “medicina psicossomática” por G. Groodeck e F. Alexander.
  • M. Balint (1896-1970): Com o livro “O médico, seu paciente e a doença”, de 1954, ele inaugura no campo acadêmico a discussão sobre a relação médico-paciente entendida como mola mestra do processo de tratamento.
  • No Brasil, Darcy de M. Uchoa (Psicologia Médica) e D. Perestrello (Medicina da Pessoa) foram os primeiros a empregar os construtos psicanalíticos na prática médica, para além de seu emprego em psiquiatria.
  • Em 1995, no I Encontro Nacional dos Professores de Psicologia Médica do Brasil, chegou-se a um consenso de que o ensino dessa disciplina deve passar obrigatoriamente por três temas centrais: a constituição do sujeito, a relação médico-paciente e a concepção psicossomática.

1. Definição: Estudo das relações assistenciais
2. Objetivo: Prevenção da iatropatogenia
3. Foco da Intervenção: Irracionalidade aberta pela crise biológica no paciente, na equipe e na família. Observar a Psicodinâmica das expressões corporais, das relações assistenciais e das relações sociais relacionadas ao campo terapêutico.
4. Metodologia: História da Pessoa (circunstâncias do adoecimento, biografia espontânea do doente e compreensão da relação médico-paciente).

5. Objetivos:
Ø   Organizar a relação terapêutica
Ø   Diminuir o stress hospitalar
Ø   Diminuir alguns conflitos emergentes
Ø   Elaboração de algumas experiências existenciais emergentes
Ø   Estimular o desenvolvimento do ego

6. A História da Pessoa:
Ø  Relato biográfico espontâneo
Individualiza o doente e não a patologia

Ø  Circunstâncias do adoecimento
Para evitar a repetição das circunstâncias mórbidas no
relacionamento assistencial

Ø  Compreensão das relações assistenciais
Para uma aliança terapêutica criteriosa e harmoniosa

7. Impregnação Irracional do Campo Assistencial – o doente:
Ø  a) A doença expressa-se com sintomas deformados e exagerados. As correlações com o quadro mórbido físico parecem absurdas e incompatíveis.

Ø  b) O doente exclui a realidade objetiva e está fixado nos sintomas. Todo seu contato com o mundo realiza-se através deles.

Ø  c) O doente vive a relação com a equipe de maneira regressiva.

8. Impregnação Irracional do Campo Assistencial – a equipe:
Situações que induzem a iatropatogenia:
Ø  Elaboração da experiência infantil dentro do campo
terapêutico
Ø  História do doente mal compreendida pelo médico
Ø  Necessidades masoquistas do doente
Ø  Composição sado-masoquista médico-paciente
Ø  Reação terapêutica negativa
Ø  Utilização da ação médica para objetivos mórbidos
inconscientes
Ø  Sentimentos inconscientes de culpa

9. Principais tensões assistenciais

1- Tensões regressivas
2- Tensões de aniquilamento (medo de morrer e desorganização do ego)
3- Tensões diante do sofrimento e desamparo
4- Tensões diante das limitações profissionais

10. Algumas Aplicações

Ø  Pediatria (doenças crônicas/atitudes da mãe/etc)
Ø  Geriatria (Problemas Relacionais/Idade/cuidados especiais)
Ø  Obesidade (sentimentos de mal-estar e culpa/ repulsa-piedade-desprezo)
Ø  Aids (preconceito/punição-castigo)
Ø  Cirurgia (Amputações/ Plásticas/ Medos)



Referências:
Internet: http://www.medicinapsicossomatica.com.br/
CAIXETA, Marcelo. Psicologia Médica. Rio de Janeiro: Medsi, 2005.
JEAMMET, REYNAUD e CONSOLLI. Psicologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara, 2000.
MELLO FILHO, Julio de. Psicossomática hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
BRASIL, Marco Antonio Alves et all.  Psicologia Médica: a dimensão psicossocial na prática médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.



quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um Autor Inventado: ou um poema e suas possibilidades de autoria.

Instantes – J.L. Borges?Nadine Stair? Don Herold?

"Se eu pudesse novamente viver a minha vida, 
na próxima trataria de cometer mais erros. 
Não tentaria ser tão perfeito, 
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido. 
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério. 
Seria menos higiênico. Correria mais riscos, 
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, 
subiria mais montanhas, nadaria mais rios. 
Iria a mais lugares onde nunca fui, 
tomaria mais sorvetes e menos lentilha, 
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários. 
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata 
e profundamente cada minuto de sua vida; 
claro que tive momentos de alegria. 
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente 
de ter bons momentos. 
Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos; 
não percam o agora. 
Eu era um daqueles que nunca ia 
a parte alguma sem um termômetro, 
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e, 
se voltasse a viver, viajaria mais leve. 
Se eu pudesse voltar a viver, 
começaria a andar descalço no começo da primavera 
e continuaria assim até o fim do outono. 
Daria mais voltas na minha rua, 
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, 
se tivesse outra vez uma vida pela frente. 
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo" 

Esse é o famoso poema atribuído a Borges. Mais tarde, descobriu-se (pelo menos temporariamente) ter sido escrito por Nadine Stair, uma poetisa estadunidense praticamente desconhecida nos meios literários. Seus versos ganharam o mundo, foram utilizados em comerciais de TV, estampados em canecas, camisetas e cartões. Com o advento da internet ele explodiu nos cinco continentes, e, talvez tenha sido a “mensagem de amor à vida” mais transmitida pela rede mundial de computadores em todos os tempos, o que acabou por ajudar os fãs de Borges ou aqueles leitores mais curiosos a descobrir a verdadeira autoria.
Para José Neumanne Pinto: “A autoria não resistiria a uma análise crítica criteriosa, mas seu nome foi associado à peça literária sem valor nenhum e ganhou o tom de mensagem de amor à vida. Ninguém em pleno domínio das faculdades mentais imaginaria que o mestre fosse capaz de versos cafonas como: “Se pudesse voltar a viver / começaria a andar descalco no começo da primavera”. Talvez o próprio Borges risse, se recebesse um cartão de Natal com o pobre poema que algum anônimo associou a seu nome, então já uma grife.

Certa feita, na livraria de Alfonso Guerra em Sevilha, uma mulher confessou a María Kodama (viúva de Borges) sua admiração por estes versos, sua identificação com o conteúdo. A resposta de Kodama foi devastadora: "Si Borges hubiera escrito eso yo habría dejado de estar enamorada de él en ese momento". "El poema, sin ningún valor literario" escreveu Kodama, "desvirtúa el mensaje de la obra de Borges. Amparándose en una firma famosa, se intenta transmitir un sentido de la vida completamente materialista, sin ninguna busca de perfección espiritual ni inquietud intelectual".

A poeta e pesquisadora Betty Vidigal, em artigo para o Jornal de poesia, apresenta o poema em seu idioma original (inglês) e mais uma revelação: o tal “Instantes” não poderia ter sido escrito por Nadine Stair porque não existe nenhuma escritora com esse nome no local ou época indicados. O autor seria Don Herold (1889-1966), escritor e humorista estadunidense que assim publicou seu poema, intitulado “Daisies”, em outubro de 1953:

“Of course, you can't unfry an egg, but there is no law against thinking about it. If I had my life to live over again, I'd try to make more mistakes next time. I would relax. I would limber up. I would be sillier than I have been this trip. I know of very few things I would take seriously. / I would be crazier. I would be less hygienic. I would take more chances. I would take more trips. I would climb more mountains, swim more rivers, and watch more sunsets. / I would burn more gasoline. I would eat more ice cream and fewer beans. I would have more actual problems and fewer imaginary ones. / You see, I am one of those people who live prophylactically and sensibly and sanely. Hour after hour. Day by Day. / Oh, I have had my moments, and if I had it to do over again, I'd have more of them. In fact, I'd having nothing else. Just moments, one right after another instead of living so many years ahead of each day. / I have been one of those people who never go anywhere without a thermometer, a hot water bottle, a gargle, a rain coat, and a parachute. / If I had it to do over again, I would go places and do things and travel lighter than I have. If I had my life to live over, I would start barefoot earlier in the spring and stay that way later in the fall. / I would play hockey more often. I would ride more merry-go-rounds. I'd pick more daisies.

Introdução à Psicologia

DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA

Psicologia (do grego Ψυχολογία, transl. psykhologuía, de ψυχή, psykhé, "psique", "alma", "mente" e λόγος, lógos, "palavra", "razão" ou "estudo") "é a ciência que estuda o comportamento (tudo o que organismo faz) e os processos mentais (experiências subjetivas inferidas através do comportamento)".
O principal foco da psicologia se encontra no indivíduo, em geral humano, mas o estudo do comportamento animal para fins de pesquisa e correlação, na área da psicologia comparada, também desempenha um papel importante.
  • CIÊNCIA QUE ESTUDA O COMPORTAMENTO DOS SERES ANIMADOS.
  • ESTUDO CIENTÍFICO DO COMPORTAMENTO: 1. Eventos Internos. e 2. Eventos Externos.
  • No Século XVIII (1734), CRISTIAN WOLFF emprega pela primeira vez o termo Psicologia.
Áreas de atuação/estudo/pesquisa
Experimental.
Do Esporte
Do Desenvolvimento.
Da personalidade.
Social.
Educacional.
Organizacional.
Clínica.
Hospitalar (ou da Saúde)
Forense.

A CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA

Sócrates (470-399)
Ironia e Maiêutica.
Conhece-te a ti mesmo.
O verdadeiro conhecimento vem de dentro.

Platão (427-347)
¨Mundo das Idéias X Mundo dos Sentidos.
¨A alma existe antes de vir habitar o corpo.
¨Eros: desejo de voltar à verdadeira morada da alma.

Aristóteles (384-322)
¨Objeto geral da psicologia aristotélica é o mundo animado, isto é, vivente, que tem por princípio a alma e se distingue essencialmente do mundo inorgânico, pois, o ser vivo diversamente do ser inorgânico possui internamente o princípio da sua atividade, que é precisamente a alma, forma do corpo.
¨O que caracteriza a alma humana é a racionalidade, a inteligência, o pensamento, pelo que ela é espírito.

Agostinho de Hipona (354-430)
Agostinho, inspirado no neoplatonismo de Plotino, valoriza a autonomia da alma não como algo reencarnado, mas como dádiva do criador. Essa alma teria uma função vitalizante, sensitiva e cognoscente e seria capaz, enquanto consciência imediata, de apreender a si mesma.
Deu muita importância ao conhecimento de si mesmo com o argumento de que somente a alma era capaz de conhecer a própria alma.
No entanto, a maior dificuldade da alma era obedecer a si mesma. Esta obediência só era possível através da graça de Deus. O conhecimento de si mesmo através da memória foi definido como sendo constituído de uma realidade temporal e não espacial. Desta forma, entendia a vida interior como uma experiência temporal.

Tomás de Aquino (1225-1274)
Seu trabalho busca a conciliação entre a filosofia naturalista de Aristóteles e a Teologia Cristã de Agostinho. Aquino conceitua a alma como imaterial, unida ao corpo sem intermediário e permanentemente orientada para o mundo natural.
Uma contribuição de Aquino que será muito importante para psicologias que irão surgir no século XIX, trata-se do conceito de Intentio termo emprestado de Avicena que quer dizer alcançar ou dirigir a mente para. Aquino entendia que o conhecimento consiste na concordância da forma do objeto com a forma da mente. Formula-se, assim o conceito de intencionalidade ou referência. Na prática quer dizer que o intelecto conhece a si mesmo não pela sua essência mas pelo seus atos.

PRINCIPAIS ESCOLAS EM PSICOLOGIA

1. O ESTRUTURALISMO
W. WUNDT (1832-1920) e E.B. TITCHENER (1867 – 1927)
«Em psicologia, verificamos que somente aqueles fenômenos mentais que são diretamente acessíveis às influências físicas podem se tornar objeto de experimento» (Wundt,1894).


2. O FUNCIONALISMO
Edward Lee Thorndike (1874 - 1949)
●Coloca em cheque qualquer possibilidade de uma psicologia estruturada em elementos
mentais. O aspecto estrutural do psiquismo deve ser buscado não nos seus supostos
elementos, mas nas funções, atos ou processos mentais. A psicologia deve reconhecer
em sua analise estrutural não os elementos como sensações, sentimentos, mas atos
como julgar, perceber, recordar. Para Angell a psicologia se torna mais funcional do que
a biologia, pois não apenas o funcional precede e produz o estrutural, como também
ambos representam duas faces de um mesmo fato.
Os psicólogos funcionalistas definem a psicologia como uma ciência biológica
interessada em estudar os processos, operações e atos psíquicos (mentais) como
formas de interação adaptativa. Partem do pressuposto da biologia evolutiva, segundo o
qual os seres vivos sobrevivem se têm as características orgânicas e comportamentais
adequadas a sua adaptação ao ambiente.
●Representantes: Escola de Chicago com Dewey, Angell e Carr e a de Columbia com
Thorndike e Woodworth.

Fonte: Funcionalismo - História da Psicologia - Psicologia Geral - Psicologado
ArtigosFonte: Funcionalismo - História da Psicologia - Psicologia Geral - Psicologado
Artigos http://artigos.psicologado.com/psicologia-geral/historia-dapsicologia/
funcionalismo#ixzz1mYJJa8rp


3. O BEHAVIORISMO

JOHN B. WATSON (1878-1958)
Enfatizou a importância dos eventos ambientais.
Rejeitou todos os aspectos do indivíduo que não pudessem ser observados externa e objetivamente.
Afirmava que todo comportamento pode ser compreendido como um resultado de condicionamentos.
Condicionamento Operante
B.F. SKINNER (1904 -1990)
Reação e Reforço.
O estímulo que causa a reação não precisa ser identificado, necessita apenas operar no ambiente, de tal maneira que produza um reforço.
Quando ocorrer uma reação, reforce-a e o sujeito tenderá a reagir de novo da mesma maneira.

O Condicionamento Clássico
IVAN PAVLOV ( 1849-1936)
«Pavlov notou que após alguns experimentos, um cão salivaria ao ver o experimentador. Após vários experimentos adicionais, o cão começou a salivar ao som de um diapasão, de uma luz que se acendia ou ao tocar de uma sineta. Pavlov chamou a isso de reflexo psíquico».


4. O GESTALTISMO
WOLFGANG KOHLER (1887-1967), Max Wertheimer (1880-1943) e KURT KOFKA (1886-1941).

O objetivo desta escola foi determinar os princípios que determinam e organizam a nossa percepção, ou seja o modo como estruturamos a realidade.
O todo é mais que a soma das partes que o constituem
A forma é a melhor possível nas condições presentes (princípio da boa forma ou pregnância)
São estes princípios que permitem afirmar que, em condições iguais, os estímulos que formam uma boa figura terão tendência a serem agrupados.
Com o objetivo de demonstrar a importância da organização da informação num todo foram produzidas imagens que podem ser interpretadas de diferentes modos.

Leis da Gestalt
PROXIMIDADE: Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se
encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que estão mais perto de outros numa
região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distante de seus
similares.
SEMELHANÇA: Eventos semelhantes se agruparão entre si. Essa semelhança se dá por
intensidade, cor, odor, peso, tamanho, forma etc. e se dá em igualdade de condições.
CONTINUIDADE: Há uma tendência de a nossa percepção seguir uma direção para
conectar os elementos de modo que eles pareçam contínuos ou fluir em uma direção
específica.
PREGNÂNCIA: A mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a mais sintética.
Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples. É o princípio
da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.
EXPERIÊNCIA PASSADA: Esta se relaciona com o pensamento pré-Gestáltico, que via
nas associações o processo fundamental da percepção da forma. A associação aqui, sim, é
imprescindível, pois certas formas só podem ser compreendidas se já a conhecermos, ou se
tivermos consciência prévia de sua existência. Da mesma forma, a experiência passada
favorece a compreensão metonímica: se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao
visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.
CLAUSURA: Ou “fechamento”, o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre
si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura relaciona-se ao
fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto.

Fonte: Gestalt - Leis da Gestalt - Humanismo - Abordagens - Psicologado ArtigosFonte:
Gestalt - Leis da Gestalt - Humanismo - Abordagens - Psicologado Artigos http://artigos.
psicologado.com/abordagens/humanismo/gestalt-leis-da-gestalt#ixzz1mYOeCIVh

5. PSICANÁLISE
S. Freud (1856-1939), M. Klein (1882-1960) e Jacques Lacan (1901-1981).

Psicanálise é um campo clínico e de investigação teórica da psique humana independente da psicologia, embora também inserido nesta, desenvolvido por Sigmund Freud, médico austríaco, que se propõe à compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente e abrange três áreas:
  1. um método de investigação da mente e seu funcionamento;
  2. um sistema teórico sobre a vivência e o comportamento humano;
  3. um método de tratamento psicoterapêutico.
Essencialmente é, assim, uma teoria da personalidade e um procedimento de psicoterapia; a psicanálise, contudo, influenciou muitas outras correntes de pensamento e disciplinas das diversas ciências humanas, gerando uma base teórica para uma forma de compreensão da ética, da moralidade e da cultura humana.
Importante ainda é observar que em linguagem comum, o termo psicanálise é muitas vezes usado como sinônimo de psicoterapia ou mesmo de psicologia. Em linguagem mais própria, no entanto, psicologia refere-se à ciência que estuda o comportamento e os processos mentais, psicoterapia ao uso clínico do conhecimento obtido por ela - ou seja, ao trabalho terapêutico baseado no corpo teórico da psicologia como um todo - e psicanálise refere-se à forma de psicoterapia baseada nas teorias oriundas do trabalho de Sigmund Freud; psicanálise é, assim, um termo mais específico, sendo uma entre muitas outras formas de psicoterapia.