sábado, 9 de janeiro de 2016

O BEHAVIORISMO

O Behaviorismo nasceu como uma reação à introspecção que tentava lidar com o funcionamento interior e não observável da mente.

J. B. Watson (1878-1958) é considerado o fundador do behaviorismo, mas é necessário que se diga que Watson foi, na verdade, o porta-voz dessa abordagem, devendo ser lembrado que antes de Watson, dois pesquisadores deram os primeiros passos dessa abordagem: o americano E. L. Thorndike (1874-1949) e o russo Ivan Pavlov (1849-1936).

IVAN PAVLOV 
Ivan Pavlov (1849-1936), ganhou o Prêmio Nobel de Medicina pelo seu trabalho sobre a atividade digestiva dos cães. Pavlov descobriu que os cães não salivavam apenas ao ver comida, mas também quando associavam algum som ou gesto à "chegada de comida". A este fenômeno de associação ele denominou de condicionamento clássico. A partir das descobertas de Pavlov, houve um fortalecimento da investigação empírica da relação entre o organismo e o meio.


JOHN WATSON (1878-1958)
O termo Behaviorismo foi utilizado inicialmente em 1913 em um artigo denominado “Psicologia: como os behavioristas a vêem” escrito por John B. Watson. "Behavior" significa "comportamento" e ele definiu a Psicologia como: "Um ramo experimental e puramente objetivo da ciência natural. A sua meta é a previsão e controle do comportamento...". Watson postulava o comportamento como objeto da Psicologia. 

A busca pela objetividade foi importante para que a Psicologia alcançasse o status de ciência. Watson defendia uma perspectiva funcionalista para a Psicologia onde o comportamento é estudado em função de variáveis do meio e os estímulos levando o organismo a dar determinadas respostas e isso em razão do ajuste do organismo ao seu meio por meio de equipamentos hereditários e formação de hábitos.




B.F. SKINNER (1904-1990)
“A história da psicologia é instrutiva. Ela começou há cem anos atrás com a busca introspectiva da mente. Watson atacou a introspecção em seu manifesto behaviorista de 1913, e por esta ou outras razões a introspecção foi essencialmente abandonada. Os behavioristas voltaram-se para o estudo do comportamento em si mesmo, puro; e os psicólogos não behavioristas voltaram-se para o comportamento de professores, estudantes, terapeutas, clientes, crianças em desenvolvimento, pessoas em grupos e assim por diante”.

"As espécies experimentaram uma outra mudança evolucionária única quando sua musculatura vocal ficou sob controle operante e quando o comportamento vocal começou a ser modelado e mantido por suas conseqüências reforçadoras. As pessoas puderam então iniciar (prime) o comportamento de outros dizendo-lhes o que fazer, bem como mostrando-lhes como fazer (presumivelmente numa etapa posterior, conseqüências reforçadoras temporárias foram acrescentadas para tornar mais provável que o comportamento se mantivesse fortalecido até que a conseqüência para a qual ele foi iniciado pudesse vir a atuar. Neste sentido, ensinar é adicionar reforçamentos temporários)".

BEHAVIORISMO METODOLÓGICO

Consiste na teoria explicativa do comportamento publicamente observável e postula que a Psicologia deve ocupar-se do comportamento animal (humano e não humano) apenas quando for possível uma observação pública para obter uma mensuração, ao invés de ocupar-se dos estados mentais que possam gerar ou influenciar tais comportamentos.
Assim o behaviorismo metodológico acredita na existência da mente, mas a ignora em suas explicações sobre o comportamento. Para o behaviorismo metodológico os estados mentais não se classificam como objetos de estudo empírico. Seus postulados foram formulados predominantemente pelo psicólogo americano John Watson.
Em oposição ao Behaviorismo metodológico foi proposto o Behaviorismo radical, desenvolvido por Burrhus F. Skinner.

BEHAVIORISMO RADICAL

O Behaviorismo Radical consiste numa filosofia da Psicologia, a qual se propõe a explicar o comportamento animal (humano e não humano) com base no modelo de seleção por conseqüências e nos princípios do comportamento postulados pela Análise Experimental do Comportamento (AEC). O nome que mais fortemente está associado a esta linha do behaviorismo é o de Burrhus Frederic Skinner.

BEHAVIORISMO FILOSÓFICO

O behaviorismo filosófico consiste na teoria analítica que trata do sentido e da semântica das estruturas de pensamento e dos conceitos. Defende que a idéia de estado mental, ou disposição mental, é na verdade a idéia de disposição comportamental ou tendências comportamentais. Nesta concepção, são analisados os estados mentais intencionais e representativos. Esta linha de pensamento fundamenta-se basicamente nos postulados de Ryle e Wittgenstein.


CONDICIONAMENTO OPERANTE

Procedimento através do qual é modelada uma resposta (ação) no organismo através de reforço diferencial e aproximações sucessivas.

É onde a resposta gera uma conseqüência e esta conseqüência afeta a sua probabilidade de ocorrer novamente; se a conseqüência for reforçadora, aumenta a probabilidade, se for punitiva, além de diminuir a probabilidade de sua ocorrência futura, gera outros efeitos colaterais. Este tipo de comportamento que tem como conseqüência um estímulo que afete sua freqüência é chamado “Comportamento Operante”.

CONDICIONAMENTO CLÁSSICO

O condicionamento clássico (ou condicionamento pavloviano ou condicionamento respondente) é um processo que descreve a gênese e a modificação de alguns comportamentos com base nos efeitos do binômio estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central dos seres vivos.
Então o condicionamento clássico é um tipo de aprendizagem em que um organismo aprende a transferir uma resposta natural perante um estímulo, para outro estímulo inicialmente neutro, que depois se converte em condicionado. Esse tipo de condicionamento é importante para explicar a associação (positiva ou negativa) que um consumidor faz de uma marca, por exemplo. O condicionamento clássico também possibilita o entendimento de coisas comuns do nosso dia-a-dia, como o barulho de um despertador, que por si só não significa nada, mas nós relacionamos aquele barulho ao objetivo de se acordar em um determinado momento.

REFORÇAMENTOS

Reforço Positivo e Reforço Negativo
O conceito Skinneriano de recompensa é representado pela palavra “reforço”. O reforço pode ser qualquer evento que aumente a freqüência de uma reação precedente (Myers, 1999). Desta forma, o reforço pode abranger uma série de ações, como um elogio ou uma salva de palmas, por exemplo. Ou ser permitido a uma pessoa ter um momento de folga após a execução de uma tarefa maçante.

Existem dois tipos básicos de reforço, o positivo e o negativo. O positivo é capaz de fortalecer uma reação quando OFERECE um estímulo logo após esta reação. Podemos ver na figura um exemplo deste reforço. Os golfinhos recebem suas recompensas em apresentações após executarem algum comportamento que realmente divertiu a platéia. Para os animais o alimento é um dos reforços positivos mais usados. Para a maioria das pessoas atenção, dinheiro e reconhecimento funcionam melhor como reforço positivo.

O reforço negativo é capaz de fortalecer uma reação quando REMOVE algum tipo de estímulo aversivo. Para uma pessoa sonolenta que aperta o botão que desliga o barulho do despertador, o cessar do barulho irritante é um reforço negativo. É interessante observar que, ao contrário do uso popular, o reforço negativo não tem um caráter punitivo. Ele é justamente a REMOÇÃO de um evento punitivo.

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