quinta-feira, 20 de novembro de 2014

CARL JUNG - A Psicologia Analítica

BIOGRAFIA
       Suiça, 26/07/1875
       Em 1900 torna-se interno na Clínica Psiquiátrica Burgholzli em Zurique.
       1904: desenvolve o teste de associação de palavras para auxiliar o diagnóstico.
       1906: inicia a correspondência com Freud que duraria até 1913.
       27/02/1907: encontro com Freud em Viena.
       Em 1912 ele rompe definitivamente com Freud.
       Morreu em 06/06/1961 em Kusnacht, Zurique.
INFLUÊNCIAS
       Psicanálise: sonhos, símbolos, processos inconscientes.
       Literatura e Filosofia:
-          O “Fausto” de Goethe o levou a compreensão do poder do mal e de sua relação com o crescimento e o autoconhecimento.
-          Nietzsche: penetração psicológica, luta pelo poder.
       Alquimia: transformar metais em ouro=metáfora para a mudança da personalidade e consciência.
       Filosofia Oriental:
-          Ioga e Budismo eram procedimentos orientais para a “individuação”.
-          Mandala: simboliza o processo de individuação. O centro representa o self; o diagrama circular representa o equilíbrio e a ordem que se desenvolvem na psique.
PRINCIPAIS CONCEITOS
       As Atitudes: Introversão e Extroversão:
Os introvertidos: concentram-se prioritariamente em seus próprios pensamentos e sentimentos, em seu mundo interior, tendendo à introspecção. O perigo para tais pessoas é imergir de forma demasiada em seu mundo interior, perdendo ou tornando tênue o contato com o ambiente externo.
Os extrovertidos: se envolvem com o mundo externo das pessoas e das coisas. Tendem a ser mais sociais e mais conscientes daquilo que acontece à sua volta. Necessitam se proteger para não serem dominados pelas exterioridades e, ao contrário dos introvertidos, se alienarem de seus próprios processos internos. Algumas vezes esses indivíduos são tão orientados para os outros que podem acabar se apoiando quase exclusivamente nas ideias alheias, ao invés de desenvolverem suas próprias opiniões.
·         Funções Psíquicas
-          Jung identificou quatro funções psicológicas que chamou de fundamentais: pensamento, sentimento, sensação e intuição. E cada uma dessas funções pode ser vivida tanto de maneira introvertida quanto extrovertida.
-          O Pensamento
Jung via o pensamento e o sentimento como maneiras alternativas de elaborar julgamentos e tomar decisões. O Pensamento, por sua vez, está relacionado com a verdade, com julgamentos derivados de critérios impessoais, lógicos e objetivos. As pessoas nas quais predomina a função do Pensamento são chamadas de Reflexivas. Esses tipos reflexivos são grandes planejadores e tendem a se agarrar a seus planos e teorias, ainda que sejam confrontados com contraditória evidência.
-          O Sentimento
Tipos sentimentais são orientados para o aspecto emocional da experiência. Eles preferem emoções fortes e intensas ainda que negativas, a experiências apáticas e mornas. A consistência e princípios abstratos são altamente valorizados pela pessoa sentimental. Para ela, tomar decisões deve ser de acordo com julgamentos de valores próprios, como por exemplo, valores do bom ou do mau, do certo ou do errado, agradável ou desagradável, ao invés de julgar em termos de lógica ou eficiência, como faz o reflexivo.
-          A Sensação
Jung classifica a sensação e a intuição juntas, como as formas de apreender informações, diferentemente das formas de tomar decisões. A Sensação se refere a um enfoque na experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos. A Sensação reporta-se ao que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar. É a experiência concreta e tem sempre prioridade sobre a discussão ou a análise da experiência.
-          A Intuição
A intuição é uma forma de processar informações em termos de experiência passada, objetivos futuros e processos inconscientes. As implicações da experiência (o que poderia acontecer, o que é possível) são mais importantes para os intuitivos do que a experiência real por si mesma. Pessoas fortemente intuitivas dão significado às suas percepções com tamanha rapidez que, via de regra, não conseguem separar suas interpretações conscientes dos dados sensoriais brutos obtidos.
       Inconsciente Coletivo:
-          Herança psicológica que se soma à biológica.
-          Inclui material psíquico que não provem da experiência pessoal.
-          Dentro do Inconsciente Coletivo existem, segundo Jung, estruturas psíquicas ou Arquétipos.
       Arquétipos:
-          Arquétipos são formas sem conteúdo próprio que servem para organizar ou canalizar o material psicológico. Eles se parecem um pouco com leitos de rio secos, cuja forma determina as características do rio, porém desde que a água começa a fluir por eles.
-          Jung também chama os Arquétipos de imagens primordiais, porque eles correspondem freqüentemente a temas mitológicos que reaparecem em contos e lendas populares de épocas e culturas diferentes.
-          Jung escreveu que cada uma das principais estruturas da personalidade seriam Arquétipos, incluindo o Ego, a Persona, a Sombra, a Anima (nos homens), o Animus (nas mulheres) e o Self.
       Símbolos:
-          De acordo com Jung, o inconsciente se expressa primariamente através de símbolos. Embora nenhum símbolo concreto possa representar de forma plena um Arquétipo (que é uma forma sem conteúdo específico), quanto mais um símbolo se harmonizar com o material inconsciente organizado ao redor de um Arquétipo, mais ele evocará uma resposta intensa e emocionalmente carregada.
-          Além dos símbolos encontrados em sonhos ou fantasias de um indivíduo, há também símbolos coletivos importantes, que são geralmente imagens religiosas, tais como a cruz, a estrela de seis pontas de David e a roda da vida budista.
       Sonhos:
-          Para Jung, os sonhos desempenham um importante papel complementar ou compensatório. Os sonhos ajudam a equilibrar as influências variadas a que estamos expostos em nossa vida consciente, sendo que tais influências tendem a moldar nosso pensamento de maneiras frequentemente inadequadas à nossa personalidade e individualidade. A função geral dos sonhos, para Jung, é tentar estabelecer a nossa balança psicológica pela produção de um material onírico que reconstitui equilíbrio psíquico total.
-          Para o analista junguiano devemos tratar nossos sonhos não como eventos isolados, mas como comunicações dos contínuos processos inconscientes.
       O Ego:
-          é o centro da consciência e um dos maiores Arquétipos da perso-nalidade. Ele fornece um sentido de consistência e direção em nossas vidas conscientes. Ele tende a contrapor-se a qualquer coisa que possa ameaçar esta frágil consistência da consciência e tenta convencer-nos de que sempre devemos planejar e analisar conscientemente nossa experiência. Somos levados a crer que o Ego é o elemento central de toda a psique e chegamos a ignorar sua outra metade, o inconsciente.
-          Persona:
 - inclui nossos papéis sociais, o tipo de roupa que escolhemos para usar e nosso estilo de expressão pessoal. O termo Persona é derivado da palavra latina equivalente a máscara, se refere às máscaras usadas pelos atores no drama grego para dar significado aos papéis que estavam representando. As palavras "pessoa" e "personalidade" também estão relacionadas a este termo.
- Entre os símbolos comumente usados para a Persona, incluem-se os objetos que usamos para nos cobrir (roupas, véus), símbolos de um papel ocupacional (instrumentos, pasta de documentos) e símbolos de status (carro, casa, diploma).
       Anima e Animus :
- estrutura ics que representa a parte sexual oposta de cada indivíduo. Anima (porção do feminino no homem) e Animus (porção do masculino na mulher).
- O pai do sexo oposto ao da criança é uma influência importante nesse desenvolvimento.
       A Sombra:
-          Para Jung, a Sombra é o centro do Inconsciente Pessoal, o núcleo do material que foi reprimido da consciência. A Sombra inclui aquelas tendências, desejos, memórias e experiências que são rejeitadas pelo indivíduo como incompatíveis com a Persona e contrárias aos padrões e ideais sociais.
-          A Sombra é mais perigosa quando não é reconhecida pelo seu portador. Neste caso, o indivíduo tende a projetar suas qualidades indesejáveis em outros ou a deixar-se dominar pela Sombra sem o perceber. Quanto mais o material da Sombra tornar-se consciente, menos ele pode dominar.
       Self:
-          Jung chamou o Self de Arquétipo central, Arquétipo da ordem e totalidade da personalidade. Segundo Jung, consciente e inconsciente não estão necessariamente em oposição um ao outro, mas complementam-se mutuamente para formar uma totalidade: o Self.
-          O Self é um fator interno de orientação, muito diferente e até mesmo estranho ao Ego e à consciência. Para Jung, o Self não é apenas o centro, mas também toda a circunferência que abarca tanto o consciente quanto o inconsciente, ele é o centro desta totalidade, tal como o Ego é o centro da consciência

                        Bibliografia: 
FADIMAN, James e FRAGER, Robert. Teorias da Personalidade. São Paulo, Harper & Row do Brasil, 1979.



  

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