sábado, 21 de abril de 2012

TEORIAS E TÉCNICAS EM PSICOTERAPIA (Esboço de Aula)


TEORIAS E TÉCNICAS EM PSICOTERAPIA


1.       OBSERVAÇÕES GERAIS: 
- Campo em estado experimental
- Necessidade de se construir teoria
- Inscrever tal teoria em uma concepção antropológica totalizadora
- Descrever os fatos que emergem na experiência psicoterapêutica
- Esse campo compartilha toda a problemática ideológica das ciências humanas

2.       CONCEITO:
“é um relacionamento e uma interação entre um individuo com um problema emocional que procura ajuda e um técnico que seja capaz de ajudá-lo a efetuar sua resolução. A natureza desse relacionamento terapêutico, e das transações entre os dois participantes, é estruturada e moldada pelas atitudes e intervenções, implícitas e explicitas, do terapeuta e, secundariamente, pelo paciente”.
Obs. Todos os tipos de psicoterapia implicam alguma espécie de aliança terapêutica na qual os aspectos sadios do ego do cliente formam uma parceria com o terapeuta, onde ambos se opõem aos elementos neuróticos da vida mental do cliente, com a intenção de influenciá-los ou alterá-los.

3.       OS EIXOS DO PROCESSO:
FOCO             ATIVAÇÃO DAS FUNÇÕES EGÓICAS               RELAÇÃO DE TRABALHO PERSONIFICADA
Ativando-se as funções egóicas do cliente, torna possível elaborar de modo focalizado a problemática inserida em uma situação vital específica, com base na orientação, no estímulo e nas realizações simbólicas do vínculo vivido numa relação de trabalho personificada com o terapeuta que  inclui a correlata ativação das funções egoicas deste ultimo.

4.       DELIMITAÇÕES TÉCNICAS DAS PSICOTERAPIAS:
A-     PSICOTERAPIA DE APOIO
Objetivos:
- atenuação ou supressão da ansiedade e de outros sintomas clínicos.
- modificar algumas linhas de comportamento estimulando tentativas de aquisição de novos.
Estratégia:
- estabelecer um vínculo terapêutico encorajador, protetor, orientador (ser objeto bom).
Atitude do Terapeuta:
- ativo, participante, diretivo e muito próximo.
Intervenções:
- sugestivo-diretivas.
Vínculo objetal:
- transferencial divalente e papel real diretivo     .

Indicações:
- deficiência primária de inteligência.
- superego débil.
- idade avançada.
- fatores de realidade: tempo, dinheiro, contexto e local de atendimento.
- adaptação neurótica firmemente reforçada.
- impulsos ou comportamento autodestrutivo.
- incapacidade de tolerar ansiedade e frustração.
- padrão de defesas simples e cristalizadas.
- introspecção excessiva.                 
- modelo de adaptação aloplástico.
- clientes trazidos pela família e que não aceitam a existência da enfermidade.
- rompimento de intimo laço emocional por perturbações neuróticas.
- clientes com padrões de isolamento e fracasso em estabelecer significativas relações de objeto.
- clientes submetidos a grave regressão e descompensação do ego.
- clientes que apresentaram episódios psicóticos ou que necessitam de hospitalização.
- indivíduos cujo padrão de vida tem sido uma serie de fracassos, adaptações ineficazes ou importante alteração, ruptura ou defeito nas funções do ego.

B-      PSICOTERAPIA DE ESCLARECIMENTO:
Objetivos:
- recuperação do equilíbrio homeostático.
- desenvolver no cliente uma atitude de auto-observação e um modo de compreender suas dificuldades.
Estratégias:
- estabelecer uma relação de indagação, centralizada no esclarecimento das conexões significativas entre a biografia, a transferência de vínculos básicos conflituosos para as relações e os sintomas.
- destina-se a clarificar especialmente a situação de crise.
Atitude do terapeuta:
- ativo, participante, com iniciativas em relação ao diálogo e discretamente próximo.
Intervenções:
- interpretações atuais e históricas de vínculos básicos conflituosos (complementadas com interpretações transferenciais).
Vínculo objetal:
- reforço da relação real com papel social especializado e correlativa inibição do vínculo transferencial.
Indicações:
- melhor nível global de adaptação antes do aparecimento da perturbação.
- maior capacidade para manter relações objetais.
- Motivação e determinação conscientes de procurar a natureza básica dos conflitos subjacentes, elaborá-los e resolve-los.
- aptidão para introspecção e conhecimento de sua mais profunda vida emocional e habilidades para tomar medidas externas eficazes.
- padrão e eficácia das defesas do ego antes da terapia.
- capacidade para tolerar ansiedade e frustração.
- ausência de fixação em nível pré-fálico.
- idade: adulto jovem.
- disposição e condições para relacionamento terapêutico (tempo).
- situação ambiental favorável.

C-      PSICANÁLISE:
Objetivo:
- reestruturação, a mais ampla possível, da personalidade.
Estratégia:  
- desenvolvimento e elaboração sistemática da regressão transferencial.
Atitudes do terapeuta:
- passivo, silencioso.
- interpretativo e distante quanto ao contato pessoal.
Intervenções:
- interpretações transferenciais.
Vínculo objetal:
- transferencial ambivalente alternado com o papel real discriminador.

5.       AVALIAÇÃO TERAPEUTICA DO PACIENTE:
A-     História clínica (anamnese)
B-      Comportamento na entrevista: como responde e reage a nós.
C-      Contatos com outras pessoas.
D-     Testes psicológicos.
E-      Ensaio terapêutico.

6.       O CONTRATO TERAPEUTICO:
A-     Esclarecimento do acordo.
B-      Prognósticos.
C-      Qualificação profissional e pessoal do terapeuta.
D-     Honorários.
E-      Tempo (do tratamento, das visitas semanais e da duração das visitas)
F-      Ausências.
G-     Sigilo.
H-     Outros fatores: ambiente físico, interrupções, tomar notas, gravar etc.

















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