A GÊNESE DA PERSONALIDADE
- EXEMPLOS DA COMPLEXIDADE ENTRE OS FATORES INATOS E ADQUIRIDOS:
1. A Identidade Sexual: . Para R. J. Stoller, o sexo anatômico deve
ser diferenciado do que ele chamou de
gênero (convicção da adequação de seu sexo anatômico).
2. O Nanismo psicossocial: .
Crianças que apresentam parada total do crescimento devido a problemas
relacionais.
·
CONTINUIDADE E DIFERENCIAÇÃO:
1.
“A satisfação das necessidades fisiológicas, o próprio
fato de sua necessária repetição e apaziguamentos que ela carrega, representa
um ponto de apoio (escoramento...) e de ancoragem essencial. (JEAMMET. 2000,
74)”
2.
Continuidade
Relacional: o indivíduo se constrói a partir da continuidade de suas
relações, onde seu EU se constitui nas respostas e trocas com as figuras
dominantes de seu meio. A natureza dessas trocas é sensorial, já que a criança
não é capaz ainda de representar mentalmente.
3.
“Se o
desenvolvimento da personalidade se apóia necessariamente em aprendizados de
todos os tipos, práxicos e cognitivos, os mesmos são largamente tributários do
clima emocional no qual se desenvolvem e da qualidade das relações da criança
com seu meio ambiente”. E afirma que
é “essa qualidade que condiciona a facilitação ou o entrave de tais
aprendizados” (JEAMMET. 2000, 75)
4.
É necessário no entanto, que existam fatores de
descontinuidade para que haja DIFERENCIAÇÕES “indispensáveis ao processo de autonomia progressivo da criança e à
constituição da sua identidade (op.cit.75)”.
·
EIXOS DE DESENVOLVIMENTO:
1. Relacional: é o eixo das RELAÇÕES DE
OBJETO, das trocas afetivas entre o bebê e o mundo, particularmente à função
materna, para depois se estender a outros objetos.
2. Autonomia do sujeito: “é feito de tudo
o que contribui para reforçar essa autonomia e assegura a diferença entre o
indivíduo e os outros”. Paradoxo: “para ser eu (ter uma atitude de acordo com a
sua personalidade) e tornar-se autônomo, é preciso aceitar se alimentar de
trocas com os outros (op.cit. 76)”.
·
DAS PRIMEIRAS INTERAÇÕES ENTRE A CRIANÇA E SEU
AMBIENTE:
1.
Donald Woods WINNICOTT
(pediatra e psicanalista, 1896-1971):
Ø “A
tendência hereditária não pode agir
sozinha, é o ambiente que facilita o crescimento do indivíduo durante o
desenvolvimento do bebê e da criança pequena. No extremo oposto, se disséssemos
que ensinamos tudo a nossos filhos, isso seria um patente absurdo. Não somos
capazes sequer de ensina-los a andar, mas sua tendência inata para andar numa
certa idade necessita de nós.” (1986, p. 249-50. Apud. NASIO, 1995, p. 198).
Ø “O
objeto transicional e os fenômenos
transicionais trazem a todo ser humano, desde o começo, algo que será sempre
importante para ele, a saber, uma área neutra de experiência que não seja
contestada.” (op.cit. p.
198)
Ø “O fundamento de uma estrutura psíquica
sadia e estável deve ser relacionado, certamente, com a confiabilidade da
mãe interna, mas essa própria capacidade é sustentada pelo indivíduo. É verdade
que as pessoas passam a vida carregando o refletor em que se apóiam, mas, em
algum lugar, no começo, tem que haver um refletor que se sustente sozinho, caso
contrário, não há introjeção da confiabilidade.” (op.cit. p. 199.)
Ø “O
ser humano, em sua maturidade, não é
nem tão gentil nem tão malvado quanto o imaturo. A água dentro do copo é
lodosa, mas não é lama.” (op.cit.
p. 199)
2.
Jeammet. Reynaud e Consoli:
Ø
“O auto-erotismo
se alimenta das experiências onde a criança, nas suas trocas com a mãe, retira
um prazer que pode torna-las objeto de uma interiorização.” Traços mnemônicos
que serão evocados posteriormente.
Ø
“O que vai contar para atenuar a tensão e dar à
criança uma segurança interna é reencontrar os traços mnemônicos dessa experiência de satisfação (...) O
auto-erotismo consiste, então, num reinvestimento intermitente dos traços
mnemônicos da satisfação anterior, reinvestimento tornado independente da
expressão da necessidade inicial.”
Ø
O principio prazer-desprazer é constitutivo da
personalidade em seu desenvolvimento primitivo graças aos traços que se
inscrevem como memória.
Melanie Klein: O Psiquismo Primitivo da
Criança.
·
A primeira defesa imposta pelo ego está em relação com duas fontes de
perigo: o próprio sadismo do sujeito e o objeto que é atacado.
O objeto
atacado se converte em fonte de perigo.
(Contribuições á Psicanálise, p. 296)
(Contribuições á Psicanálise, p. 296)
·
Identificação: surge das tentativas que faz a criança para reencontrar
em todos os objetos seus próprios órgãos e funções.
·
Simbolismo: Fundamento de toda sublimação e de todo talento, uma vez
que é através da equação simbólica que as coisas, as atividades e os interesses
se convertem em tema de fantasias libidinosas.op.cit p.297
·
A relação do sujeito com o mundo externo se dá pelo simbolismo.
·
O bebe é incapaz de distinguir o ‘eu’ e o ‘não eu’; suas sensações
particulares são o seu mundo, o mundo para ele; assim, quando está com frio,
faminto ou solitário, para ele é como se no mundo não existisse mais leite,
prazer ou bem-estar. (Amor, Odio e Reparação, p.23)
·
A capacidade de identificação com outra pessoa é o elemento mais
importante nos relacionamentos humanos em geral, e também condição para
autênticos e fortes sentimentos de amor. Op.cit.p
105
·
A mãe é a cena, o lugar dos deslocamentos do sujeito e o receptáculo de
um número cada vez mais considerável de objetos.
CONDIÇÕES PARA O PROCESSO DE
AUTONOMIA E DIFERENCIAÇÃO.
A qualidade
das interações afetivas
vai constituir: os autoerotismos e as bases narcísicas.
Estabelecimento
de Limites: O proibido:
não se pode fazer tudo. E, «é porque
teremos sabido lhe dizer NÃO que a criança poderá dize-lo à sua volta, tomando
então consciência da sua capacidade de existir por ela mesma». O amor está
diretamente relacionado ao efeito da proibição.
Estabelecimento de investimentos diferenciados: Percepção que se apóia na “repartição diferenciada das Funções e Atitudes”. No C. de Édipo, o casal parental permite à criança se situar numa genealogia e na diferença dos sexos. O fracasso desse sistema de representações, pode ser observado nas Psicoses e Perversões. Pais inseguros usam seus filhos “para negar sua incompletude e suprimir as diferenças,no detrimento do outro pai”.
Estabelecimento de investimentos diferenciados: Percepção que se apóia na “repartição diferenciada das Funções e Atitudes”. No C. de Édipo, o casal parental permite à criança se situar numa genealogia e na diferença dos sexos. O fracasso desse sistema de representações, pode ser observado nas Psicoses e Perversões. Pais inseguros usam seus filhos “para negar sua incompletude e suprimir as diferenças,no detrimento do outro pai”.
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