"Memórias quase esquecidas", obra em 3 volumes do psicanalista mineiro Alduísio Moreira de Souza, é um relato dramático do percurso de um homem em busca de sua verdade e de seu lugar no mundo. Da infância cheia de aventuras míticas e amores encantados de criança na Fazenda Velha de Baixo; passando pela militância de esquerda e do Movimento Estudantil, que culminou em prisão, torturas, mortes de amigos e exílio; até os anos intensos de seu exílio na França, marcado pela descoberta da Psicanálise e (re)descoberta do auto-hetero-erotismo no corpo de belas mulheres e retomada do corpo próprio - quase desmontado, desconstruído pelo sadismo dos porões da ditadura militar brasileira. E depois a volta do outro lado do rio que não se avista a outra banda, pra banda de cá.
Trata-se de uma grande história de amor (almor) em suas múltiplas formas: o amor romântico-sensual(d'aqueles olhos ausentes/presentes nas mulheres), as amizades (Diaraque/Pai/Avô/Camaradas), e, o desejo de saber (epistemofilia sempre presente de Dona Zazica a Jacques Lacan).
"A vida para mim, só tem sentido para além do viver se tenho uma paixão. Pode ser a própria vida. Mas é uma paixão que implica movimento. Tanto do corpo quanto do pensamento".O estilo de Alduísio nos remete aos grandes contadores de história da nossa Literatura que fizeram de suas terras personagens (a fazenda, o sertão, as matas, os rios, a fauna e a flora) que dialogam com as outras personagens humanas e animais. A Fazenda Velha de Baixo, Paris, Brasilía, Roma e Normandia ficam tão próximas, tão familiares... Distância? Nada é longe ou perto.
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