VANGUARDISTA [1999]
Vanguarda é classicismo, e a prova disso
está nos manifestos: em que pese
o mau comportamento, viram tese,
tratados como o texto mais castiço.
Não nego que elas prestam bom serviço,
mostrando algo de novo que se preze.
O mal é quando espalham catequese,
querendo impor que o resto está cediço.
Aqui nem há razão p'ra que me queixe:
Quer seja ou não vanguarda ou velha guarda,
não deixo de vender meu mixo peixe.
Não viso academia, chá nem farda;
só peço a cada membro que me deixe
lamber seu pé com minha língua barda...
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
FRITZ PERLS - Poesia
Friedrich Salomon Perls nasceu em 1893 num gueto Judeu em Berlim e faleceu em 14 de maio de 1970 nos Estados Unidos. Foi médico e psicanalista por algum tempo até se desentender com Freud, criou junto com sua esposa (Laura Perls) e um amigo (Kurt Goldstein) um sistema psicoterápico que unia a Psicologia da Gestalt, filosofia oriental e existencialismo que foi chamada de "Gestalt-terapia".
SÊ COMO TU ÉS
Sê como tu és
de modo que possas ver
quem és e como és
Deixa por um momento
o que deves fazer
E descobre o que realmente fazes
Arrisca um pouco se puderes
Sente os teus próprios sentimentos
Fala tuas próprias palavras
Pensa teus próprios pensamentos
Sê teu próprio ser
Descobre
Deixa que o plano para ti
Surja de dentro de ti.
SÊ COMO TU ÉS
Sê como tu és
de modo que possas ver
quem és e como és
Deixa por um momento
o que deves fazer
E descobre o que realmente fazes
Arrisca um pouco se puderes
Sente os teus próprios sentimentos
Fala tuas próprias palavras
Pensa teus próprios pensamentos
Sê teu próprio ser
Descobre
Deixa que o plano para ti
Surja de dentro de ti.
Vinicius de Moraes
Nascido em 19 de outubro de 1913 no Rio de Janeiro, foi jornalista, poeta, dramaturgo, cantor, compositor, boêmio e diplomata. Destacou-se sobretudo como poeta lírico e grande parte desse lirismo foi musicado por parceiros ilustres como Tom Jobim, Toquinho e Baden Powell. Faleceu a 9 de julho de 1980, aos 66 anos de idade em sua casa no Rio de Janeiro.
A BRUSCA POESIA DA MULHER AMADA (1938)
Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor — oh, a mulher amada é como a fonte!
A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?
Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados...
Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.
A BRUSCA POESIA DA MULHER AMADA (1938)
Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor — oh, a mulher amada é como a fonte!
A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?
Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados...
Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.
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