O que está
acontecendo para que se use tanto medicamento?
•
Aumentou a quantidade ou a manifestação de
quadros doentios?
•
Temos mais medicamentos disponíveis, logo,
porque não usá-los?
•
Aumentou a compulsão da população pelos medicamentos?
•
Os médicos sentem necessidade de prescreve-los?
•
Existe algum interesse político ou financeiro
por trás disso?
A onda do
Bem-Estar (compra-se na farmácia)
•
Crianças agitadas, “danadas”, “respondonas”,
desligadas e/ou irrequietas
•
Menopausa; disfunções sexuais do envelhecimento,
perturbação disfórica pré-menstrual, depressão de inverno
•
Luto, tristeza, dificuldade de falar em público,
medo de avião etc.
•
Métrica dos sentimentos – uniformização. “ sentimentos
como: tristeza, alegria e medo, passaram a ter uma medida tal, que se
ultrapassarem certa métrica, considerada como a mesma para uma população, serão
transformados de sentimentos legítimos em diagnósticos patológicos”.
Epidemia de
Diagnósticos
• TDAH
(F90.2 ou 314.01)
• TOD
(F91.3 ou 313.81)
• T.de
Luto Complexo Persistente
• T.
do Jogo pela Internet
Uma
indústria em expansão (a indústria farmacêutica é a segunda em faturamento no
mundo, perdendo apenas para a indústria bélica).
• Entre
2004 à
2014: Consumo aumentou em 775%
• Entre
2009 à
2011: Aumentou 74,8% em crianças de 6 a 16 anos.
• 2011
à Gasto de R$ 28,5
milhões em Ritalina pelas famílias brasileiras
• 2009
à 2011: Consumo em SP
aumentou 1.579,71%
• Vendas
caem nos meses de férias, aumentam na “Volta as aulas”.
• Rivotril
(clonazepan): 2004 (400 mil caixas) – 2013 (5,7 milhões de caixas).
O Mito do
Desequilíbrio Químico do Cérebro e os Transtornos Mentais
• O
diretor do Instituto de Saúde Mental americano (National Institute of Mental
Health - NIMH), Thomas Insel, já declarou que "as noções iniciais de que
transtornos mentais são desequilíbrios químicos estão começando a ficar
antiquadas". Isso foi em 2011.
• O
psiquiatra e pesquisador de Standford, David Burns, já havia revelado que mesmo
tendo dedicado anos de sua carreira à pesquisa do metabolismo da serotonina no
cérebro, ele nunca havia se deparado com "nenhuma evidência convincente de
que algum transtorno psiquiátrico, incluindo depressão, seja ocasionado por uma
deficiência de serotonina no cérebro".
• A
certeza de que "produzem pouca serotonina" leva muitas pessoas a
acreditar na cura milagrosa das drogas até no caso de depressão leve e moderada
- em que esses medicamentos têm resultados comprovadamente iguais aos de
placebos.
• O
raciocínio é o seguinte: como alguns antidepressivos aumentam os níveis de
serotonina, defendeu-se que a depressão é causada pela escassez de serotonina.
Antidepressivos como o Prozac ou o Celexa impedem a reabsorção de serotonina
pelos neurônios que a liberam, e assim ela permanece mais nas sinapses e ativa
outros neurônios. É como dizer que "as febres são caudas pela
deficiência de aspirina…"
O DSM e a
Indústria farmacêutica criam a Psiquiatria “científica”
•
Emil Kraepellin (1890) – Demência precoce, PMD e
Psicose Paranoica.
•
S. Freud (1920) – Neuroses, Psicoses e
Perversões.
•
Século XIX: Morfina, ópio, anfetaminas e cocaína
– Medicar para ser científica. Não há testes ou exames (sangue-imagem-urina)
•
DSM – I (1952): 130 páginas para descrever 112
transtornos mentais.
•
1954: Clorpromazina (Thorazine, Longactil,
Amplictil) – Lobotomia química – reduzia os sintomas de psicoses e provocava
discinesia tardia (movimentos repetitivos involuntários).
•
1955: Miltown (Meprobamato) – Primeiro
tranquilizante a ser “popularizado”, vendeu 200 milhões em 1960 e foi proibido
em 1962.
E tem
mais...
• 1957:
Marsillid (Proniazid) – para tratar a depressão. Desse modo, em três anos,
tornaram-se disponíveis medicamentos para tratar aquelas que, na época, eram
consideradas as três principais categorias de doença mental – ansiedade,
psicose e depressão.
• 1960:
Valium (Diazepan) – “a pequena ajuda da mãe”. O Diazepam foi sintetizado pela primeira vez por Leo Sternbach, e foi pela
primeira vez manufaturado por Hoffmann-La Roche. Tem sido um dos medicamentos
mais receitados no mundo desde que foi lançado, em 1963. Nos Estados Unidos,
foi a medicação mais comercializado entre os anos 1968 e 1982, com vendas que
ultrapassaram os dois bilhões de comprimidos só em 1978.
• O DSM – II (1968): 145 transtornos
mentais. O Dr. Schildkraut ajudou a estabelecer a base biológica para
transtornos do humor, como a depressão e mostrou que o uso de medicamentos
poderia fornecer uma maneira de abordar novas pesquisas em neurociência
clínica. Só que não conseguiu provar cientificamente seus postulados.
• 1972:
O Experimento Rosenhan foi um
famoso experimento sobre a validade do diagnóstico psiquiátrico realizado pelo
psicólogo David Rosenhan. Os resultados foram publicados na revista Science com
o título "On being sane in insane places" ("Sobre estar sadio em
lugares insanos")
Mais
ainda...
•
O DSM – III (1980): Dr. Robert Spitzer .
Anormalidade biológica no cérebro. Como se decide o que entra no DSM? Votação
(preconceitos, tendências da moda, influência política etc).Surgiu o PROZAC
(Fluoxetina) a droga da Alegria
•
O DSM – IV (1994): 374 transtornos em 886
páginas. Triplicou o número de doenças, e, logo surgem: especialistas, novas
drogas etc. D (diagnostic) S (source of) M (Money) – Diagnóstico como fonte de
dinheiro.
•
O DSM – V (2011): Criou novos pacientes para
novos psiquiatras e novos clientes para as indústrias farmacêuticas.
•
Crianças e Idosos: Nos EUA diagnosticaram uma
criança de dois anos como bipolar.
•
Piada: Transtorno do condutor, de dependência de
internet, de problemas relacionais com
o parceiro
Se os
diagnósticos são decididos por votação, como a APA leva as pessoas a acreditar
neles?
•
MARKETING: o T. de Ansiedade Social foi
“trabalhado” por uma agência de publicidade paga pelo laboratório Smithkline
Beecham para vender o Paxil (Paroxetina).
•
Objetivo do marketing: convencer pessoas
saudáveis que o que estão apresentando é uma DOENÇA e que existe uma MEDICAÇÃO
para isso.
•
O
diagnóstico de Transtorno Bipolar pediátrico foi financiado por 25
empresas. O Dr. Joseph Bierderman recebeu 700 mil dólares para assinar as
“pesquisas” que atestavam essa condição.
•
Criar uma nova doença para uma necessidade do
MERCADO não preenchida: Distúrbio de compra compulsiva por exemplo.
Uma
pegadinha pra inglês ver...
• O
British Medical Journal (BMJ) publicou na edição de 1º de abril de 2006 um
artigo que falava sobre a descoberta de uma nova doença psíquica, a “Desordem
de Deficiência Motivacional” - MoDed, caracterizada por letargia e indisposição
para trabalhar.
• Antes
que eles desmentissem a notícia milhares de pessoas telefonaram para a redação
do jornal e para consultórios psiquiátricos para atestar que sofriam desse
problema e para saber se poderiam entrar no programa de seguridade social.
• O
nome verdadeiro da doença: Preguiça mesmo.
Algumas
curiosidades sobre os psicofármacos
• Os
testes são feitos e patrocinados pelos Laboratórios – Conflito de interesse.
• População
testada ≠ população que vai usar.
• Manipulação
de resultados em todos os níveis da pesquisa.
• Para
a aprovação do remédio são necessários 2 estudos positivos, mesmo que hajam
1000 dizendo o contrário.
• O
placebo tem se mostrado mais eficaz que a droga na maioria dos casos.
• Efeitos
colaterais são escondidos por trás de eufemismos.
• As
pessoas que julgam ou aprovam são financiadas pelos Laboratórios.
• As
drogas não são prescritas para Curar, mas para GERIR.
• 50%
dos escritos publicados em revistas científicas são feitos por “Escritores
Fantasmas” contratados pelos Laboratórios.
• Efeitos
colaterais: entorpecimento das emoções, demência, tremores, contrações, danos a
órgãos internos, palpitações, ansiedade, insônia, alucinações, visão desfocada,
boca seca, problemas sexuais, ganho de peso, diabetes, cardiopatias, acatisia,
suicídio, cefaleia, náusea, comportamento violento e bizarro, habituação.
Com a
palavra os Psiquiatras...
• Dr.
David Shaffer: Todo diagnóstico se baseia em opinião pessoal. Vence quem
grita mais alto. DSM-III
• Dr.
Allen Frances: Não há definição para distúrbio mental. É tudo besteira...
Não se pode definir isso. O psiquiatra tem que achar uma doença, e, logo, um
remédio. É isso que se espera dele. DSM-IV
• Dra.
Anna Law: O DSM é uma farsa. Os diagnósticos são teóricos, não são baseados
em medidas científicas. Dá pra acreditar em “distúrbio mental não
especificado”? “DSM para bebês e crianças”? “Pessoas ajustadas em risco de
contrair doença mental”?
• Dr.
Thomas Szasz: TDAH não é doença. Escapomania (doenças de escravos fujões)
também não. Nenhum comportamento pode ser chamado de doença. Dar drogas
psiquiátricas para crianças é o mesmo que dar Veneno.
• No
DSM-III abandona-se a teorização de inspiração psicanalítica para a
biologização, afinal, médicos devem fazer medicina.
• Dr.
Fred A. Baughman Jr.: Receitar e receitar, é para isso que serve o DSM.
E um
Psicólogo...
·
Dr.
Jeffrey Shaler: O DSM é uma obra de ficção. É necessária UMA pessoa para
que uma doença real exista. Mas são necessárias DUAS para que haja uma doença
mental.
Doença
Física: coisa que o sujeito tem.
São doenças em qualquer lugar do Planeta.
Doença
Mental: coisas que o sujeito faz.
A Cultura importa.